Thursday, January 24, 2013

A Imitação da Rosa - Citação 3


24/1/13
Citação 3

Ela bem se lembrava das cole­gas do Sacré Coeur lhe dizendo: "Você já contou isso mil vezes!", ela se lembrava com um sorriso constrangido. Vol­tara tão completamente: agora todos os dias ela se cansava, todos os dias seu rosto decaía ao entardecer, e a noite então tinha a sua antiga finalidade, não era apenas a perfeita noite estrelada. E tudo se completava harmonioso. E, como para todo o mundo, cada dia a fatigava; como todo o mundo, humana e perecível. Não mais aquela perfeição, não mais aquela juventude. Não mais aquela coisa que um dia se alas­trara clara, como um câncer, a sua alma. (Clarice Lispector, A Imitação da Rosa, 52)


Eu achei esse trecho em particular muito interessante por causa do perspective que ele dá à origem dos problemas e conflitos interneis da protagonista Laura. A frase onde a narrador se refere ao "sorriso constrangido é um sinal muito forte de que as origens deste estado de ser eram tanto cansativas quanto antigas. Pelo fato de expor essa memória da adolescência da Laura eu acho a autora está querendo dizer que estes conflitos e inseguranças vão muito além da simples pressão de ser uma boa esposa. Fazia tempo que já influencia ela.

Parece estar dizendo que embora tivesse esse transtorno até na juventude, ela havia mais forças naquela época, mais animo. Fiquei impressionado com o símile que Lispector usa para descrever essa busca de perfeição que assombra a Laura: um câncer. Câncer não é uma doença que vem de outro organismo, é um produto de nós mesmo quando falha o nosso corpo e cresce dentro de nós também. Por isso achei este era um exemplo especialmente apropriado ao ler sobre a descia da Laura de volta à loucura.




Thursday, January 17, 2013

A Cartomante - Citação 2


17/1/13
Citação 2


Cuido que ele ia falar, mas reprimiu-se, Não queria arrancar-lhe as ilusões. Também ele, em criança, e ainda depois, foi supersticioso, teve um arsenal inteiro de crendices, que a mãe lhe incutiu e que aos vinte anos desapareceram. No dia em que deixou cair toda essa vegetação parasita, e ficou só o tronco da religião, ele, como tivesse recebido da mãe ambos os ensinos, envolveu-os na mesma dúvida, e logo depois em uma só negação total. Camilo não acreditava em nada. Por quê? Não poderia dizê-lo, não possuía um só argumento; limitava-se a negar tudo. E digo mal, porque negar é ainda afirmar, e ele não formulava a incredulidade; diante do mistério, contentou-se em levantar os ombros, e foi andando. (Machado de Assis, A Cartomante, 1884)

Ao ler a historia fascinante da Cartomante a primeira coisa que me chamou a atenção foi dada para retratar as crenças supersticiosos quanto o ocultismo tanto a religião como ingênuo ou para as pessoas que não tem a benção de inteligência ou lógica superior. A primeira vez que senti isso na leitura foi no início da história quando o Camilo estava brincando com a Rita por ela ter ido á cartomante para saber as intenções dele. Machado de Assis logo introduz a ideia que o Camilo não acredita em um ser maior e se apoia come sua própria lógica.

Pelo fato do Camilo ser um homem cético fiquei surpreso quando soube no final no conto que foi na cartomante. Cheguei á conclusão que o medo e duvidas que tinha fez com que ele reagisse contra as c que se encontram no trecho em cima. Pesquisando mais sobre o período em que for escrito A Cartomante, descobri que o ano 1884 faz parte do movimento Romântica que tinha como característica, um enfoque no individual, no "Eu" que é fortemente incorporada na personagem de Camilo. Neste clímax quando o Camilo vai á casa da cartomante por que está com medo o leitor vê que talvez colocar toda a confiança em si até possa dar certo, mas a natureza humana é forte demais e acaba chegando na conclusão errada e também infelizmente sua morte.




Thursday, January 10, 2013

A Definição Da Arte - Citação 1

9/1/13
Citação 1


The philosopher Ludwig Wittgenstein looked at how most people apply terms to things and discovered that they don't define terms with the care that formal definitions imply, yet they still use general terms skillfully and usefully. To do this they seem to have working sets of conditions or traits in mind; when a certain number of these have been met, they apply the term. We may call this manner of defining the nonformal or family resemblance type. It has the advantage of flexibility. Let's say that out of ten commonly accepted conditions for art, four apply to an item under consideration. Then people feel justified call an improvisational dance, a painting, an antique hunting horn, and a pile of scrap metal on the floor of a gallery "art," even though there are radical differences in occasion, medium, form, skill, and technique.  (Paxman and Black, Writing About the Arts and Humanities, 16)

Pensar em arte e como é difícil de definir, lembrai-me de um classe de humanidades que fiz alguns anos atrás aqui na BYU. Nesse classe analisamos várias obras de várias artistas que pude classificar come arte  sem qualquer escrúpulo. Uma obra que chamou minha atenção foi a de Marcel Duchamp que se chama Fountain que minha professora nos informou com muito conhecimento informado é considerado uma das obras mais influentes já criado. Eu tinha dificuldade entender como se qualificava como arte.

Ao longo do semestre eu, juntos com os outros alunos de minha aula que talvez tivessem as mesmas preconceitos como eu, adquiri mais compreensão que subsequentemente tinha o efeito de abrir meus olhos ás qualidades que, de fato, Fountian tinha que eu costumava exigir de outras obras de arte. Entre elas, um propósito maior de fazer a obra, uma mensagem ou significado que se transmite ao observador, e ser feita por uma artista notável. A ideia que existe certos pré-requisitosque utilizamos como uma sociedade e individualmente para definir algo como arte ou não faz sentido. O que não faz sentido contudo, é a maneira em que entendemos e combinemos nossas razões por considerar algo arte com as de outras pessoas. Ou, em outras palavras, é o tom de vermelho que vejo o mesmo que meu amigo vê? Tem como saber?

Eu não sei e também acho que não importa muito. Se uma obra de arte satisfaz nossos requisitos então é arte. Não precisamos de uma lista ou definição para ela tornar-se significante para nós. Freqüentemente nossas definições se encaixam com o que os outros dizem e também de vez em quando não que nem a minha impressão inicial do Fountain. O que realmente importa é que estamos dispostos a fazer adições ao nosso diretório interno e explicar por que consideramos aquele monte de sucata de metal no chão da galeria arte ou não.