Thursday, April 11, 2013

Citação 14 - O Pagador de Promessas

11/4/13

Citação 14



Gostei muito de assistir O Pagador de Promessas não por causa do filme mesmo, mas mais pelo visto único que tive de também ter lido a peça. Achei algumas deferência fu dementais entre as duas formas principalmente nas personagens e no detalhe que cada um tinha. Quando li a peça eu pensava que Zé era mais ou menos humilde e bem temperado embora fosse um pouco ingênuo. Suas expressões de desespero e especialmente meus próprios preconceitos fizeram dela uma imagem de alguém simples e mansa. Mas no filme logo no inicio percebi que o cineasta tinha algo diferente em mente. Ele parecia mais assertivo e rude com a Rosa e também parecia mais disposto resistir o padre comparado com a peça.
A riqueza das imagens no filme com certeza me fiz entender a historia duma maneira diferente do que a peça. O padre em especial parecia maior em sua igreja do que dava para mostrar no palco. Todas estas diferencias faz um contraste muito interessante entre as duas versões. A grade variedade do filme e a mais íntima performance da peça destaca com a mesma história com as mesmas palavras pode transmitir uma idéia muito diferente.

Friday, April 5, 2013

Central Do Brasil - Citação 13

5/4/13

Citação 13

No filme Central do Brasil encontrei muitos símbolos que fizeram os temas do filme mais forte. Um destes símbolos por mim foi as nuvens. Além de fazer o filme mais bonito as nuvens refletem a atitude naquele momento na história. O exemplo disso que mais me chamou atenção foi numa das últimas cenas quando Dora está saindo da casa onde deixou Josué com seus irmãos. No começo da cena está escura mas mesmo assim as nuvens estão visíveis. Josué acorda e enquanto Dora pega o ônibus as nuvens ficam mais e mais brilhante. Achei isso muito simbólico da transformação da Dora. Esse crescimento até que chegue a brilhar representa muito bem essa mudança.

Outra coisa que percebei quando assisti o filme foi o relacionamento entre Dora e Josué. No início, eles tratam o outro como perturbação que por acaso acabam indo para o mesmo destino. Assim como as nuvens refletem o sentido da cena, o uso de plano próximo, especialmente com as personagens principais. Na cena quando Dora começa como plano médio enquanto ela está no banheiro pondo batom e sai para ver que o motorista saiu, termina com um plano muito próximo quando ela chora. Esse contraste serve para destacar seu sentimentos e transmite a idéia que talvez ela começasse um pouco desligada da situação do Josué mas quando ela passa por sua própia experiencia de perda, tão menor que seja, ela chega a simpatizar um pouco mais com ele.

Thursday, March 28, 2013

A Exploraçaão da Mulher - Citação 12

28/3/12

Citação 12




Você podia não ter vindo. Quando eu fiz a promessa, não falei em você, só na cruz.

ROSA
Agora você diz isso. Dissesse antes...


Não me lembrei. Você também não reclamou...

ROSA
Sou sua mulher. Tenho que ir pra onde você for ..
(Dias Gomes, O Pagador de Promessas, 103)




Na peça “O Pagador de Promessas” de Dias Gomes apresenta-se uma história cheia de temas e comentários diferente relacionado com a exploração de vários grupos. Escrito em 1960 no meio da modernização de muitos aspectos do Brasil, essa peça toma como a exploração de mulheres em específico pelos homens. Por incluir situações de exploração com personagens femininas em sua peça o autor fornece um forte comentário sobre as instituições que fazem parte dessa opressão.
A mulher de Zé-de-burro é uma das personagens principias da peça e tem fortes tendências sexuais. Rosa, por mais que aparece é explorada por duas pessoas neste teatro não só um. O fato de incluir Rosa e seu subenredo indica que o autor quer mostrar que naquela época de mudança que não tinha mandado muita coisa para as mulheres. Enquanto homem do interior podia fazer protesto e ganhar notoriedade a sua esposa ainda se torna vulnerável e explorável. É essa disparidade que Dias Gomes destaca.

Thursday, March 21, 2013

O Pagador de Promessas - Citação 11

21/3/13

Citação 11

21/3/13


PADRE
Enganaria a muitos, sim. E muitos o seguiriam ao sair daqui.

Eu não quero que ninguém me siga!

PADRE
Mas seguiriam, como já o seguiram pelas estradas, sem saber que seguiam a Satanás!

(Subitamente fora de si, corre para a cruz, levanta-a nos braços como um aríete e grita)
Padre! Por Santa Bárbara ou por Satanás, vou colocar esta cruz dentro da igreja, custe o que custar!
(Dias Gomes, O Pagador de Promessas, 103)

Uma das coisas que mais me chamou a atenção durante minha leitura foi o worldview de Zé e como desenvolve-se ao longo deste teatro. Como discutimos na aula a história começa com o conhecimento que Zé redistribui muita de sua propriedade contra a vontade de sua esposa. Ele é um homem bom e não precisa saber muita coisa sobre os negócios do mundo porque realmente está a parte dele. Mas à medida que ele vai sendo integrado com os meios de outras pessoas menos altruísta, muda sua visão dos outros até que chega a citação em cima. Esta parte da história e a mudança de Zé representa um símbolo da natureza humana e como fica corrompida pelo mundo.

Sob a influência das instituições ao seu redor assim como a igreja, a imprensa, a lei, e o capitalismo a inocência vai se transformando num produto destas pressões. Talvez antes a sua experiência com o padre Zé tivesse uma visão mais simples de seu papel no mundo. Mas embora tenha ganhado novo conhecimento a platéia percebe que o foco do Zé de burro ainda está limitado de mais. Por exemplo a citação em cima segue logo depois uma súplica do monsenhor da área para aceitar um acorda que teria resolvido o problema. É normal por alguém não querer comprometer-se mas não é normal não considerar a oferta.














Thursday, March 14, 2013

What is Drama? - Citações 10

14/3/13

Citação 10

Page versus Stage
Unlike a short story or novel, a play is written not primarily for reading, but instead as the guiding text for performing onstage. When reciting lines, actors provide all sorts of physical cues-- facial expressions and body language and tone of voice--that make the words more understandable, that deliver to their audience a thousand subtleties latent in the written words.
(Joseph Kelly, What is Drama?, 251)


Concordo plenamente com esta análise do teatro. Uma das coisas mais difíceis de entender quando leio uma outra forma de literatura como um conto um especialmente poesia é uma falta de contexto. Sei que uma dos propósitos de escrever nesta maneira é deixar a interpretação aberta para que está lendo mas mesmo assim gosto da ajuda que o teatro providencia. Durante o tempo que lia peças com freqüência mais ou menos regular no colégio li a peça “An Enemy of the People” de Henrik Ibsen. Gostei bastante mas até assisti uma produção ao vivo alguns dias depois não peguei tudo da complexidade do enredo que o Ibsen pretendia transmitir.

Além de minhas experiências pessoais existe um monte de pesquisas que apóiam o fato de que toda a literatura é entendida melhor quando apresenta-se no meio original. Minha mãe quando fez seu doutorado pedia que seus alunos lessem uma leitura e responder algumas perguntas sobre ela. Depois apresentava a mesma leitura mas lido pelo próprio autor. Embora eu não conheça os resultados de sua pesquisa muito bem sei que a grande maioria de seus alunos entendiam melhor o conteúdo da obra. Então espero que depois que lermos “O Pagador de Promessas” podemos assistir uma produção ao vivo para que eu possa ver coisas que não dava para perceber antes.



Friday, March 8, 2013

Improviso do mal da América - Citação 9

7/3/12

Citação 9




Grito imperioso de brancura em mim...




Êh coisas de minha terra, passados e formas de agora,
Êh ritmos de síncopa e cheiros lentos de sertão,
Varando contracorrente o mato impenetrável do meu ser...
Não me completam mais que um balanço de tango,
Que uma reza de indiano no templo de pedra,
Que a façanha do chim comunista guerreando,
                               Que prantina de piá, encastoado de neve, filho de lapão.


No poema “Improviso do mal da América” Mário de Andrade utiliza diversas figuras de linguagem para pintar na mente do leitor um quadro muito revoltado. Que encaixa-se perfeitamente no movimento modernista com toda sua valorização da cultura brasileira. Era nesta reação contra as influencias estrangeiras que o Mário de Andrade se encontrava. Mário de Andrade por seu uso freqüente de sinestesia e outras maneiras, implica que ser Americano requer a utilização dos sentidos e é algo a sentir, não entender. 
Mário de Andrade ao longo deste poema usa muitas figuras de linguagem que chama atenção aos sentidos. Logo no início do poema começa compartilhado algumas de suas experiências em que sentiu uma conexão com sua terra, “Eh ritmos de síncopa e cheiros lentos de sertão/ Varando contracorrente o mato impenetrável do meu ser” Estes dois versos introduzam dois conceitos muito sul americanas a musica e a terra livre. Usando os sentidos consegue-se sentir que é mais do que só um lugar. 












Thursday, February 28, 2013

Erro de português - Citação 8

28/2/13

Citação 8
28/2/13



Erro de português


Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português

(Oswald de Andrade, Erro de português, 252)

Esta poema epitimia muito bem a noção modernista pelo que aprendemos sobre a época até agora. Uma coisa que achei interessante foi o contrasto entre essas dois lados. Um, a verdadeiro apresenta os europeus como realmente eram: uma cultura é estilo de vida que se impôs na cultura dos nativos. E o outro que se estivesse chovendo uma outra cultura estaria dominante ou seja, a do povo indígena. Essa justaposição humorística tem como propósito zombar historia como realmente aconteceu.  

Também achei a estrutura do poema notável porque embora não seja poesia concreta tem algumas características dessa forma. Por exemplo o autor facilmente podia ter colocado o último verso com o verso anterior. Mas por ele ter deixado como está parece estar dizendo que depois tudo que fez e com toda a sua grandeza e cultura, no fim ficariam só. Foi por somente uma mera coincidência que as coisas correram no jeito que conhecemos hoje. Foi só por causa de uma chuvinha. Nada mais.